A parte nascente, constituída pelo planalto da Torre d'Aires e zonas anexas, em que se inclui o porto, tem o seu centro no fórum/acrópole respectivo, junto ao qual se desenha o mais importante nó viário da cidade, origem da vias que se orientam segundo os três destinos dominantes (Ossonoba, Pax Iulia e Baesuris) e o vale d'Asseca.
A parte central, que engloba as Antas, apresenta um programa urbanístico tipicamente romano, descrito no mapa anterior.
O cardo, eixo principal meridiano, estrutura todo o espaço urbano prolongando-se para Norte de modo a formar o eixo de simetria de dois caminhos ou limites, com os quais forma um vértice.
Estes caminhos, de traçado rigoroso que denuncia uma obra topográfica, definem uma coroa urbana que ultrapassa o pomério (limite urbano, que foi aproximadamente reconstituído), incluindo necrópoles e demais áreas e estruturas periféricas. Formariam um provável limite da circunscrição suburbana (ager suburbano, por oposição ao ager rústico exterior), servindo talvez já então de via circular periférica que contornava a cidade pelo Norte.
A parte oriental é marcada pelo relevo do alto da Xareca, cuja escarpa nascente obriga as vias de acesso a contorná-lo pelo Norte, gerando um sistema próprio de orientação do parcelário.
A posição periférica e a malha larga da rede de acessos, assim como a raridade de vestígios topográficos de construções indiciam uma zona de menor densidade urbana, área de concentração provável das domus mais abastadas, localizadas em talhões mais extensos.
Os vestígios fósseis do cadastro rural permitem reconstituir o nó de articulação entre a cidade e o campo centuriado, ponto central donde divergem diversas vias e onde provavelmente o aqueduto principal se dividia em várias condutas.
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